terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Quero ir para outra família

A MMN e a MMV discutem muito uma com a outra, e a MMN, talvez por ser mais pequena (4 anos contra 8), tende a chamar-nos ao barulho para fazermos de juiz nas disputas com a irmã. Acontece que outro dia, a nossa decisão não foi o que ela esperava, pelo que embirrou... e começou a sua interpretação, qual tragédia grega, da sua vida miserável... com a MM a contracenar.

MMN - Aqui ninguém gosta de mim!
MM -  Gostamos pois, filha... pára lá de fazer birra e vai brincar...
MMN - Não gosta não, quero ir para outra família...

É nesta altura que um pai deve ter juízo e não fazer perguntas para as quais não quer ouvir a resposta...

MM - E para que família é que tu queres ir?
MMN - Para a família da L*!!!

E mais uma vez, um pai deve ter juízo e não arriscar...

MM - Ai é?! Então vai, vá... faz as tuas malas e vai - diz a MM, com ar desafiador...

A MMN fica então apreensiva... até que se sai com esta:

MMN - Oh mãe... tu sabes que eu não sei conduzir!

Portanto até tirar a carta podemos contar que ela não muda de família... a partir daí, logo se vê...
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*- A L é a melhor amiga da MMN;



sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Gosto de fazer amor

Estávamos à mesa a jantar, a falar de como tinha corrido o dia. Já não me lembro bem como, mas a conversa direccionou-se para eu e a MM reforçarmos (mais uma vez) junto das nossas filhas que é importante sermos bons para os nossos amigos, não sermos maus para eles, etc... A conversa continuou, já estávamos na fase em que as minhas filhas estão de acordo e que começaram a dar exemplos de como são boas e queridas para os amigos. Até que a MMN, agora com 4 anos, diz (muito convicta) o seguinte:

MMN - Eu também gosto de fazer amor!

Eu sei que o que descrevo a seguir não ultrapassou umas centésimas de segundo, mas foi assim. Primeiro, nunca pensei ter esta conversa com a MMN aos 4 anos, mas eles agora "crescem tão depressa". Depois, pelos vistos já não preciso de ter essa conversa, porque pelos vistos ela já é praticante. A seguir, claro, houve uma troca de olhares com a MM, perplexa como eu. Pelo menos, não era o único a não saber, menos mal... Finalmente, de relance olhei para a MMV, que aparentemente não ficou chocada: ou porque não sabe o significado de fazer amor, ou porque de facto é normal começar aos 4 anos, hoje em dia. Vá-se lá saber?!... Passados essas centésimas de segundo, fazendo o ar mais natural possível, decido inverter os papéis usuais na conversa:

Eu - Oh filha, e como é que tu fazes amor?

Neste momento, estou com o coração nas mãos, não faço ideia do que esperar. De todas as respostas possíveis, penso que a pior seria "Tu não sabes?!". Estou aterrorizado com a possibilidade, como sair dessa cova que eu próprio ajudei a cavar?! Felizmente, vejo-a pegar nas suas mãozitas e a dizer, com a maior naturalidade do mundo:

MMN - É assim!




Ser pai de crianças é isto mesmo! Enchemos-lhes as cabeças, puras e imaculadas, com Fadas dos dentes e Pais Natal, sem qualquer remorso... mas ficamos atrapalhados por falar da coisa mais natural da vida: fazer amor. Até acho que foi bom isto ter acontecido, quando chegar a hora (e é capaz de não faltar muito) vou estar mais preparado!